A Orla da Prainha e da Praça do Coração, em Saquarema, forma cenário de uma situação inusitada nessa semana, com a invasão de um mar de espuma que tomou parte da areia e até as ruas da localidade.
O fenômeno aconteceu na última terça-feira, 29, assustando moradores que passaram pelo local, com imagens divulgadas nas redes sociais de carros tentando atravessar a espuma, formada por matéria orgânica, segundo a prefeitura.
Em uma das imagens de um vídeo publicado no Instagram, um motorista tenta atravessar uma rua coberta pela espuma, ficando com o carro quase totalmente submerso, como se circulasse pela neve.
De acordo com moradores, a formação de espuma nas ruas próximas à orla é relativamente comum nessa época do ano, especialmente em áreas com mar agitado como a Praia da Vila, conhecida por sediar campeonatos de surfe e registrar ondas fortes com frequência.
Especialistas ouvidos pelo G1 corroboram com a informação, explicando que o fenômeno é natural e costuma acontecer quase todos os anos, sempre que uma forte ressaca atinge o litoral, causado pela intensa agitação das ondas mexendo com a matéria orgânica na água.
Segundo o diretor municipal de Áreas Protegidas de Saquarema, Lucas Giolito, a invasão da espuma marítima, apesar de problemática para motoristas, não representa risco de saúde para a poluição da cidade.
Apesar do susto, a situação foi rapidamente contornada depois que uma equipe da Secretaria de Transportes e Serviços Públicos realizou a limpeza do local, se aproveitando de a espuma ter abaixado, melhorando o tráfego de veículos e pedestres.
A ressaca, porém, não ficou restrita ao litoral da cidade, fazendo subir também o nível da Lagoa de Saquarema, provocando ondas fortes que atingiram a entrada do canal da Barra Franca, afundando uma máquina que fazia a dragagem do local.
Segundo pescadores locais, a preocupação agora é com um possível derramamento de óleo, mas o Instituto Estadual de Ambiente (Inea) teria relatado ao G1 que a máquina afundada pelas fortes ondas da Lagoa também não representa risco, por estar em manutenção, sem óleo no sistema.
“A retirada imediata da draga depende das condições do mar, pois a ressaca que atinge o litoral dificulta esse trabalho. A pasta ambiental reforça que a situação é monitorada ininterruptamente por uma equipe técnica, a fim de garantir a segurança e a preservação ambiental da área”, disse o Inea, em nota, ao G1.