A Operação Desfortuna, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Investigando-se a participação de influenciadores digitais na divulgação de cassinos online e jogos de azar não regulamentados, incluindo o popular “Jogo do Tigrinho”. Segundo a polícia, as ações tinham como alvo a promoção de apostas ilegais, com promessas de lucro rápido, atingindo principalmente públicos vulneráveis.
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam que, entre 2022 e 2024, os investigados movimentaram cerca de R$ 40 milhões, embora a estimativa total do esquema possa chegar a R$ 4,5 bilhões. Ainda conforme as autoridades, as plataformas operavam sem auditoria ou fiscalização, e em muitos casos deixavam de pagar prêmios prometidos, configurando crime contra a economia popular.
Durante a ação, foram apreendidos computadores, celulares, documentos e mídias digitais, que agora passam por análise técnica. O delegado responsável destacou que a propaganda feita por influenciadores potencializa o alcance do crime. “Não se trata apenas de uma fraude financeira, mas de um problema social que agrava a situação de pessoas já endividadas”, afirmou.
No mesmo dia em que a operação foi desencadeada, a influenciadora digital Luiza Ferreira, moradora de Cabo Frio e com cerca de 100 mil seguidores, publicou um vídeo em suas redes sociais negando qualquer participação no esquema. “Estou sendo injustamente atacada e quero deixar claro que não compactuo com nada ilegal. Já estou tomando providências judiciais contra quem está espalhando informações falsas”, disse.
Com carreira voltada à moda e ao lifestyle, Luiza contou que recebeu mensagens de apoio, mas também ameaças, após ter seu nome ligado à investigação. Uma publicação antiga, em que promovia um jogo online, chegou a ser removida do seu perfil. Apesar de não ter sido formalmente acusada, ela segue sendo investigada e afirmou estar à disposição para colaborar com as autoridades.