Hoje, 29 de julho, Arraial do Cabo comemora o Dia Municipal da Poesia, uma data dedicada a homenagear o poeta Victorino Carriço.
Nascido em 1912, Victorino escolheu Arraial como seu lar e tornou-se um verdadeiro emblema da cultura local, eternizando sua arte em versos, hinos e gestos de grande delicadeza.
Originário do Baixo Grande, às margens da ponte que mais tarde levaria seu nome, radicado em Arraial do Cabo, ele transformou a lagoa em mar com sua paixão pelo lugar. Caminhou por dunas de areia branca e fina, celebrou as estrelas e o brilho do luar sobre a restinga.
Reconhecido e celebrado até hoje por suas palavras, Victorino nasceu artista e faleceu como santo. Mereceu o apelido de infância “Santinho” por sua serenidade e pela paz que carregava no coração, um sentimento que transcendia o entendimento. Sua simplicidade refletia verdadeira humanidade, distribuindo balas e sorrisos a partir da janela de sua casa.
Não importava a idade, adultos ou crianças, ninguém passava despercebido ao olhar atento do poeta, que lançava seus versos ao vento, tecendo elogios desde os passarinhos até as flores que floresciam pelo caminho.
Ele exaltava os gestos simples, enxergava o extraordinário no cotidiano. Cantou e eternizou a pesca, as vastas salinas e as rendeiras com seus encantos singulares.
Além de poeta, Victorino foi político, bancário e delegado de polícia, mas sempre com graça e poesia — porque essa era a verdadeira chama da sua existência.
Sua obra ultrapassou fronteiras, rompendo limites de tempo e espaço.
Deixou um legado de rimas, métrica e muito afeto para Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e toda a Região dos Lagos.
Obrigado por tudo, Victorino Carriço.
