Uma motorista da Uber foi atacada em Bacaxá, em Saquarema, na noite desse sábado, 12, por uma passageira que teria se recusado a pagar uma corrida vinda de Cabo Frio, e usou uma barra de ferro para espancar a motorista.
Em vídeo gravado por um rapaz que também se identifica como motorista da Uber, é possível ver a agressora segurando a barra de ferro ao entrar no Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO), do 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), em Bacaxá, e depois saindo, avançando sobre o rapaz, questionando a narrativa.
Nos stories da sua conta no Instagram, a filha da vítima conta que a corrida de Cabo Frio foi solicitada por 4 mulheres, mas com destino para Araruama, pelo valor de 109 reais, mas ao encontrar as passageiras, que estavam há 20 minutos do local marcado, elas teriam informado que erraram no destino, pois a corrida seria para Bacaxá.
“Como tinha dado 109, minha mãe pensou, até Araruama, eu consigo fazer por 109 reais, sendo que ela gasta um dinheiro legal de gasolina de Cabo Frio para Araruama. Mas elas falaram que era Bacaxá, e que estava dando 170 na solicitação. Então minha mãe falou, eu faço por 200, levo vocês até o endereço de vocês, faço por 200 reais. Elas falaram, ah, beleza, já que está no cartão de crédito. Nisso, quando elas chegaram no destino, só descontou 109 do cartão, que foi o valor da corrida, de Araruama, porque não teve alteração do valor da corrida até Bacaxá. Minha mãe falou, e o restante? A gente combinou 200 e só tem 109 aqui. Mandaram 30 reais no Pix e ficou faltando 70 reais. No caso, 61 reais. Minha mãe perguntou, como vai fazer para pagar esse valor que falta? Nisso, quando minha mãe questionou a ela, ela começou a fazer um escândalo, que já estava começando a estressar ela, que já estava ficando puta, porque ela não queria pagar”, contou a filha da motorista.
A partir daí, a discussão teria se descambado para a violência, com a passageira utilizando uma barra de ferro para espancar a motorista, com a ajuda de outra passageira, que teria segurado a motorista, enquanto as outras duas passageiras não teriam se envolvido na briga.
No vídeo gravado pelo rapaz, que circula nas redes sociais, e que chegou a ser compartilhado, inclusive, pela filha da vítima, a passageira afirma que a corrida foi paga, e estava no débito, e que ela usou a barra de ferro para agredir a motorista porque se sentiu ameaçada.
“Eu agredi porque ela veio para cima de mim”, grita a passageira, que depois retruca a história de não ter pago a corrida. “A gente pagou; tá no débito!”, afirmou a passageira, com a barra de ferro na mão, ao sair do DPO, e avançar na direção do rapaz.
Nos comentários de uma publicação nas redes sociais, a filha da vítima afirma que a motorista tentou começar a gravar a situação com o celular, mas recebeu um tapa na mão, antes de a situação terminar em violência.
“Ficou um valor pendente a ser acertado na corrida. Ao ser cobrada, ela agiu de forma agressiva, partindo para cima, dando um tapa na mão da minha mãe para ela não gravar a situação, como da maneira que eu retratei nos meus stories. Está errada, ainda debochou dizendo ‘eu não tenho culpa que a sua mãe não é boa de briga’, uma menina nova, agredindo uma mulher de família, trabalhando, tudo isso porque ela estava exigindo um dinheiro que ela tinha que receber. Toda essa situação poderia ter sido evitada, minha mãe não recebeu e quis cobrar a mais, tudo foi conversado antes do início da corrida porque eram mais de 50 km (quilômetros) de distância; ninguém trabalha de graça, e além do mais, nada justifica a falta de respeito com alguém por cobrar o valor do seu trabalho, nada justifica ela ir para cima de uma mulher que tem idade pra ser a mãe dela, eram 4 meninas e uma delas totalmente agressiva e com um histórico de briga bem conhecido. Só quero justiça, isso não pode e nem vai ficar assim!”, conta a filha da vítima.
Nos stories da filha da vítima, há ainda uma reprodução de uma mensagem em áudio que teria sido enviada pela agressora, em que ela dá outra versão para a história, afirmando ter sido agredida antes pela motorista da Uber.
“Olha só, meu amor, eu tenho culpa que sua mãe não foi boa de porrada? Ela me deu 2 socos na minha cara, de primeira, mano. Eu fiquei até sem reação; entendeu? Eu fiquei até sem reação. Ela me deu 2 socos na minha cara. Foi quando ficou tudo preto, a minha vista, fui para cima dela, filha. Eu perdi minha cabeça. Eu falei ainda para sua mãe que eu não estava bem. Ela me viu, eu no carro chorando o tempo todo, no carro. Ela viu, eu chorando no carro”, afirma a agressora, no áudio.
No vídeo gravado pelo rapaz, que fica questionando a agressora e se dizendo em defesa da companheira de trabalho, é possível ver a motorista sentada na calçada, há apenas alguns metros do DPO, com o rosto visivelmente machucado e o olho roxo, fumando um cigarro.
Apesar da proximidade com o DPO, no vídeo do rapaz, de aproximadamente 3 minutos de duração, não é possível ver qualquer ação dos policiais militares. O caso teria sido registrado na 127ª Delegacia de Polícia (127ª DP), de Saquarema.